Biologia da nidificação de Megachile (Moureapis) benigna Mitchell

Authors

  • Frederico Machado Teixeira Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF
  • Thaís Araújo Cordeiro Schwartz Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF
  • Maria Cristina Gaglianone Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF

DOI:

https://doi.org/10.12741/ebrasilis.v4i3.140

Keywords:

Brasil, Mata Atlântica, Megachilidae, Ninho-armadilha, Atlantic Forest, Brazil, Trap-nest.

Abstract

Este trabalho descreve aspectos da biologia, ecologia e arquitetura de ninhos de Megachile (Moureapis) benigna Mitchell em ninhos-armadilha (NA). Os NA foram instalados em cinco fragmentos florestais de 2,1 a 920ha, e duas áreas antrópicas (pasto e plantação). Foram utilizados gomos de bambu (NB) e tubos de cartolina preta inseridos em placas de madeira (NC) para atrair fêmeas em nidificação. As abelhas ocuparam 17 NA (12 NB - 9 a 21mm de diâmetro - e 5 NC - 8 a 10mm) em quatro fragmentos florestais, construindo 26 ninhos (um a seis por NB). Nenhum ninho foi fundado nas áreas antrópicas. Não houve diferença entre o tamanho dos ninhos construídos em NB e NC (t= 0,31; p= 0,763; gl= 25). O número de células variou de 1 a 13 por ninho, sendo mais largas em NB do que em NC (t= 2,26; p= 0,033; gl= 25). A atividade de construção ocorreu durante o período chuvoso (outubro a março), sem correlação com parâmetros climáticos. A emergência (1 a 12 por ninho) foi correlacionada com a umidade (t= 3,013; p= 0,006). O tempo de emergência variou de 1 a 141 dias a partir da coleta do ninho. A proporção sexual foi de 1,8:1 macho/fêmea, diferindo de 1:1 (Χ2= 9,39; p<0,002). Ninhos foram parasitados por Coelioxys otomita Cresson e outras duas espécies de Coelioxys. A espécie demonstra plasticidade na utilização do substrato, com preferência por cavidades com diâmetros maiores que 9mm. Existe uma possível dependência da espécie a ambientes florestais, uma vez que a maior ocorrência de nidificação se deu em áreas de floresta em estágio avançado de regeneração.

Nesting Biology of Megachile (Moureapis) benigna Mitchell

Abstract. This paper describes the biology, ecology and nest architecture of Megachile (Moureapis) benigna Mitchell in trap nests (NA). The NA were installed in five forest fragments of 2.1 to 920ha, and two disturbed areas (pasture and plantation). We used bamboo canes (NB) and black cardboard tubes placed on wooden boards (NC) to attract nesting females. Bees occupied 17 NA (12 NB - 9 to 21mm in diameter - and 5 NC - 8 to 10mm) in four forest fragments forming 26 nests (one to six nests per NB). No nest was founded in disturbed areas. There was no difference between NB and NC related to the size of formed nests (t= 0.31, p= 0.763, df= 25). The number of cells ranged from 1 to 13 per nest, being larger in NB than in NC (t= 2.26, p= 0.033, df= 25). The construction activity occurred during the rainy season (October to March), with no correlation to climate parameters. Emergence (1 to 12 per nest) was correlated with humidity (t= 3.013, p= 0.006). Time to adult emergence varied from 1 to 141 days. The sex ratio was 1.8:1 male/female, differing from 1:1 (Χ2= 9.39, p<0.002). The parasites were Coelioxys otomita Cresson and two other species of Coelioxys. The species demonstrates plasticity in nesting substrate, and preference for cavities with diameters larger than 9mm. There is a possible dependence of the species to forest environments, since the higher occurrence of nesting was in forest areas in advanced stages of regeneration.

Published

2011-11-26

How to Cite

[1]
Teixeira, F.M., Schwartz, T.A.C. and Gaglianone, M.C. 2011. Biologia da nidificação de Megachile (Moureapis) benigna Mitchell. EntomoBrasilis. 4, 3 (Nov. 2011), 92–99. DOI:https://doi.org/10.12741/ebrasilis.v4i3.140.

Issue

Section

Bionomy and Behavior